


Mantinham comércio com os colonizadores europeus, mas com uma peculiaridade: não se comunicavam com os colonizadores. Deixavam seus produtos em um lugar mais elevado e limpo, ficando à distância, observando as trocas. Davam mel, cera, pescado, caça e frutos em troca de enxadas, foices, aguardente e miçangas. Assim como os demais povos indígenas brasileiros, os Goitacases guerreavam entre si e contra seus vizinhos. "Quando não se julgam fortes, fogem com ligeireza comparável à dos veados." Além do arco e da flecha, faziam, com perfeição, trabalhos com penas de aves multicoloridas, usando-as no corpo e nas armas e também em ocasiões festivas. Trabalhavam o barro, enterrando seus mortos em igaçabas.
Faziam machados de pedra, jangadas, trabalhavam com bambu e trançavam redes de fibra e cordas. Os goitacases desapareceram no fim do século XVIII, exterminados por uma epidemia de varíola disseminada criminosamente entre eles. Calcula-se que eram cerca de 12 000. Viviam em palafitas construídas sobre os pântanos à beira dos rios Paraíba do Sul e Itabapoana. Ao contrário dos índios tupis, não usavam redes: dormiam no chão. Eram grandes corredores, capazes de capturar veados a mão nua. Eram tidos pelos colonizadores portugueses como os índios mais cruéis e ferozes do Brasil. Eram canibais. Não pertenciam ao tronco linguístico tupi .
Não deixaram registros escritos de sua língua, porém presume-se que ela pertencia à família linguística puri, a qual, por sua vez, pertence ao tronco linguístico macro-jê . Conheciam a agricultura. Caçavam tubarões com o auxílio apenas de um pau, o qual era metido na boca do tubarão para o matar. Os dentes do tubarão, então, eram usados como pontas de flechas.
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